segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Círculo Vicioso

Passa a formatura do pré e então mudamos de colégio. Juramos nunca nos esquecer dos amiguinhos que dividiam as massinhas de modelar e nos emprestavam giz de cera. Chegamos à primeira série e conhecemos novos colegas. Esses não nos acompanharam todos os dias de nossa vida mas, estão dispostos a passar conosco boa parte dos intervalos, ajudando-nos a decorar a temível tabuada do 7. [A propósito, quem criou isso?] Trocamos, com o melhor amigo, medalhinhas que se partem em dois. Assim passam-se os meses. Eis que chega a animada oitava série, cheia de avisos do tipo "cuidado, ano que vem não será moleza" (como se aquilo fosse moleza), vêm os preparativos da formatura.

Muitos mudam de colégio, cada um vai pra um lado, mas sempre com o juramento: a distância não vai nos separar. Encontramos um ou outro pelas ruas da cidade. O 'olá' que antes era dado com um forte abraço e sorriso, hoje é transmitido pelo silêncio, apenas com um aceno de longe. Agora somos grandinhos, enfrentamos o corredor do Ensino Médio, apesar de sempre fugirmos dos passos esmagadores dos mais velhos. O ritmo do colégio muda, aprendemos o significado de 'moleza'. Bons tempos em que tudo era mais fácil. Bons tempos em que estudávamos com a... como era mesmo o nome dela? Acho que era Cristina. Ou seria Juliana? O que importa realmente é que estamos totalmente (?) empolgados com o novo ambiente e conhecemos novas Cristinas e Julianas, talvez mais interessantes do que aquelas do trabalho de Geografia.

Chega o fim do Ensino Médio, hora da faculdade. A alegria de mais um grande passo na vida, mudamos de cidade. "Vê se mantém contato, viu?" - A famosa frase.Chega a turma da faculdade: barzinhos, estágios, roda de violão e uma nova vida. Formamos, até que enfim! Nossos colegas de trabalho: conhecemos todos no mesmo dia. De cinco em cinco anos (não sendo radical), recebemos um telefonema daquele velho colega de faculdade, chamando-nos pra tradicional 'Reunião de Formados'. Sempre acontecia naquela churrascaria que não sabemos o nome. Não sabemos, claro! Nunca fomos, oras.

Revirando as gavetas antigas, encontramos um giz de cera e a medalhinha partida ao meio. Por um impulso, decidimos ir, apenas pra ver como estão as coisas. O Vitor fora promovido. E emagreceu também. Andressa se divorciou, mas disso nós já sabíamos. Espera... ah, sim, claro. É o segundo divórcio, ela havia se casado nesse meio-tempo em que vocês não se falaram. A Renata foi ontem à formatura de oitava série da sua filha caçula.

É, o tempo vôa. Espera... formatura do quê? São nessas horas que nossas lembraças vêm à tona, e inexplicavelmente, tentamos (como se isso fosse possível) nos lembrar dos nossos colegas de oitava série. Como assim? Mas, que diferença isso faz? Não importa mais. Não importa? Não nos esquecer daquelas pessoas foi, pra nós, a coisa mais importante do mundo durante algum tempo. Importa sim. Não demora muito, somos demitidos e trocamos de grupo de convivência. Aí fecha-se o círculo.

Ainda não me formei na faculdade, não troquei de colegas de trabalho, nem mesmo me despedi dos amigos do terceirão, mas é o que muitos dizem por aí.Apenas escrevi tudo isso pra que eu leia quando me 'despedir' de alguma turma. E que não me esqueça nunca daqueles que sempre andaram comigo.


Um comentário:

Annelize Tozetto disse...

Ferzoca linda... meus amigos de escola, são ainda, os meus melhores amigos. Com a faculdade, acrescentaram-se mais alguns poucos. Então... o contato se mantém, sempre. E isso independe de colégio, de distância e tudo o mais. De verdade. Mas que bate um a saudade, ah...isso bate! ;)