segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Qualquer lugar

E mesmo que você vá embora e a gente jogue fora coisas que ninguém lembra mais, talvez eu continue aqui, não quero ver você partir e as horas ficam todas iguais. Os dias que passaram serviram de lição pra eu entender que a sua voz ainda está em mim e o meu sorriso em você.

As tardes que a gente passou a memória não apagou, mesmo eu tentando esquecer. Aqui ou em qualquer lugar, há muita gente pra se conhecer. Aqui ou em qualquer lugar só vai ser bom se eu estiver com você.

Sem final

Esse texto virou música! Para ouví-la, basta soltar o 'play' no vídeo a seguir:

Lembrei daquele dia nublado, em que o Sol, para mim, foi você. As coisas que você disse, ao meu lado, mesmo que eu queira, eu não vou me esquecer. O tempo vai e eu fiquei por aqui, e ali está você. Não começou, mas não tem fim, e continua quando a gente se ver. Tá tudo igual, depois eu te ligo: "E então? O que vamos fazer?" Ouvi o som que a gente cantava, enquanto o mundo girava.

No centro do alvo

Às vezes, acontecem coisas que nos tiram do sério e nos dão vontade de jogar tudo pro alto, desejar que tudo se exploda, ou mesmo que desapareça discretamente. São nesses momentos que nos perguntamos o quão fortes nós somos e o quão fortes os outros pensam que somos. Alguns nos engrandecem, outros nos subestimam, e poucos acertam.

A culpa não é deles. Afinal, eles não passam tanto tempo assim conosco. É, não tanto quanto nós mesmos. Seja lá o que houve, tendo sido bom ou ruim, fez parte dos degraus. E, embora não pareçam, esses degraus existem até em lugares planos; esses degraus nos fazem crescer.
Não é dever de ninguém acertar em cheio o limite do outro. Mas talvez esse ‘outro’ possa provar que é capaz. Capacidade, quem sabe, até maior do que imaginam os que nos engrandecem. Sem dúvidas, mais até do que pensam os subestimadores. Em síntese, exatamente o quanto apostam aqueles que acertam, aqueles que apostam em nós.

Regras, sem regras


Fugir de algo que te rodeia, ou pior, que está dentro de você. Alguém já tentou? Tentou fugir dos conceitos da sociedade? Se conseguiu, parabéns. Caso contrário, junte-se à maioria e continue a viver nesse mundo em que normais são aqueles que seguem regras. A questão não é acabar com elas, mas entender por que as cumprimos.
Você obedece às regras porque concorda com elas, ou porque tem medo das conseqüências? Não precisa responder, apenas pense. Aonde quer que você vá, existirão regras. Elas talvez possam organizar a sociedade, mas a impedem de pensar. Como?
Experimente fazer algo proibido, sem pensar nas conseqüências e nem no que a sociedade dirá sobre isso. Gritar em um lugar de silêncio, explodir alguma coisa, deixar de fazer algo comum, amar de verdade... Se já pensou em fazer algo parecido ao menos uma vez na vida, você é considerado normal. Se já teve vontade, é corajoso. E se já fez, é um louco. E precisamos de mais gente assim. Apenas torço para que todos não optem pela loucura. Isso seria comum demais.


Os transformadores


As pessoas mudam, não é mesmo? Não, não to me referindo àqueles que são mudados, mas sim aos responsáveis pelas transformações. Alguns passam por nós e percebemos a presença desses ‘alguns’. Outros, talvez pelo simples fato de existirem, conseguem alterar o sentido de tudo. Alteram conceitos de ‘tempo’, de ‘estrelas’, de ‘medo’ e de ‘verdade’.
Tais pessoas transformam vidas de um modo absurdo. Às vezes de maneira intensa, outrora extensa... Transformam pontos de vista: deixam os outros mais sonhadores, e ao mesmo tempo realistas. Mudam repentinamente nosso humor, mudam-nos para melhor, mudam-nos para nós mesmos.
Aprendemos a lidar com nosso ‘verdadeiro eu’, passamos a ser quem realmente somos. Porque com esses transformadores, viver passa a ter mais razão e mais sabor. E porque são eles que, a cada dia, nos dão cada vez mais a mais certeza de que: sim, as pessoas nos mudam.

Par perfeito


Pelo mundo afora, nesse exato momento, milhares de pessoas estão deixando de ser solteiras; e mais outros milhares estão rompendo com seu relacionamento. Isso acontece porque nem todos encontram a tampa da laranja. Também não é sempre que o grego Eros – ou Cupido, em Roma – está inspirado.
Encontrar a pessoa certa é bem mais do que descobrir a habilidade que ele tem pra declamar poesias ou pra abrir a porta do carro. É bem mais do que descobrir o dom que ela tem pra dançar ballet, ou como todo enquadramento de foto realça seus olhos azuis. Trata-se de afinidades, ou até mesmo das controvérsias. Fisicamente falando, quanto menos um parecer com o outro, melhor. Quimicamente falando, que se dane. O que importa mesmo é a troca de aprendizado, confiança e respeito de um para com o outro.
Há quem esteja sozinho agora, sentado em frente a uma tela de computador, procurando por alguém que o complete. Que bom. Há quem esteja agora, de mãos dadas, junto de alguém que julga ser ideal, mas que ainda não há encaixe. O jeito é seguir e procurar o “algo mais” que existe escondido em cada pessoa por aí. Seja ela loira, morena ou roxa.

Novos sabores, já conhecidos

Quando convidado a experimentar a novidade do mundo das águas, Gustavo tentou imaginar qual sabor teria aquele líquido transparente, que estava em seu copo. O rapaz, sedento por água, provou daquele monte de gotículas transparentes, mas não fora correspondido às suas expectativas.

Gustavo sentiu-se como se andasse por quilômetros, e só depois ter descoberto que errou o caminho. Ao provar o primeiro copo, ele lembrou-se daquela época em que estava doente e tinha de tomar periodicamente aquela pastilha alaranjada, com sabor de remédio. Aliás, era remédio – que inclusive tinha o mesmo sabor do “preparado líquido aromatizado sabor laranja”. Gustavo, a princípio, quase ficou doente ao descobrir que não era o sabor que ele esperava. Ele queria água, não uma pastilha para tosse.

Na prova do segundo copo, antes de levar outra decepção ao paladar, ele decidiu ler a palavra “limão” para preparar seu cérebro, sua língua e suas emoções. Depois de se lembrar da quarentena, sabe-se lá quais lembranças viriam à tona quando experimentasse o sabor limão. Ele recordou-se das limonadas que bebeu ao longo de sua vida. Talvez esse copo seria de uma limonada sem açúcar.

Chegada a hora de provar o líquido, Gustavo bebeu, e não estava tão enganado sobre a idéia de limonada. Ele só não imaginaria que essa seria aguada, com limões passados.
Para Gustavo e muitos outros degustadores, foi uma experiência diferente, incolor e com sabores inusitados.

Confesso: Já bebi água com 'sabor de limão' e com 'sabor de laranja'. Embora os vendedores insistam em me dizer que é tangerina.

Círculo Vicioso

Passa a formatura do pré e então mudamos de colégio. Juramos nunca nos esquecer dos amiguinhos que dividiam as massinhas de modelar e nos emprestavam giz de cera. Chegamos à primeira série e conhecemos novos colegas. Esses não nos acompanharam todos os dias de nossa vida mas, estão dispostos a passar conosco boa parte dos intervalos, ajudando-nos a decorar a temível tabuada do 7. [A propósito, quem criou isso?] Trocamos, com o melhor amigo, medalhinhas que se partem em dois. Assim passam-se os meses. Eis que chega a animada oitava série, cheia de avisos do tipo "cuidado, ano que vem não será moleza" (como se aquilo fosse moleza), vêm os preparativos da formatura.

Muitos mudam de colégio, cada um vai pra um lado, mas sempre com o juramento: a distância não vai nos separar. Encontramos um ou outro pelas ruas da cidade. O 'olá' que antes era dado com um forte abraço e sorriso, hoje é transmitido pelo silêncio, apenas com um aceno de longe. Agora somos grandinhos, enfrentamos o corredor do Ensino Médio, apesar de sempre fugirmos dos passos esmagadores dos mais velhos. O ritmo do colégio muda, aprendemos o significado de 'moleza'. Bons tempos em que tudo era mais fácil. Bons tempos em que estudávamos com a... como era mesmo o nome dela? Acho que era Cristina. Ou seria Juliana? O que importa realmente é que estamos totalmente (?) empolgados com o novo ambiente e conhecemos novas Cristinas e Julianas, talvez mais interessantes do que aquelas do trabalho de Geografia.

Chega o fim do Ensino Médio, hora da faculdade. A alegria de mais um grande passo na vida, mudamos de cidade. "Vê se mantém contato, viu?" - A famosa frase.Chega a turma da faculdade: barzinhos, estágios, roda de violão e uma nova vida. Formamos, até que enfim! Nossos colegas de trabalho: conhecemos todos no mesmo dia. De cinco em cinco anos (não sendo radical), recebemos um telefonema daquele velho colega de faculdade, chamando-nos pra tradicional 'Reunião de Formados'. Sempre acontecia naquela churrascaria que não sabemos o nome. Não sabemos, claro! Nunca fomos, oras.

Revirando as gavetas antigas, encontramos um giz de cera e a medalhinha partida ao meio. Por um impulso, decidimos ir, apenas pra ver como estão as coisas. O Vitor fora promovido. E emagreceu também. Andressa se divorciou, mas disso nós já sabíamos. Espera... ah, sim, claro. É o segundo divórcio, ela havia se casado nesse meio-tempo em que vocês não se falaram. A Renata foi ontem à formatura de oitava série da sua filha caçula.

É, o tempo vôa. Espera... formatura do quê? São nessas horas que nossas lembraças vêm à tona, e inexplicavelmente, tentamos (como se isso fosse possível) nos lembrar dos nossos colegas de oitava série. Como assim? Mas, que diferença isso faz? Não importa mais. Não importa? Não nos esquecer daquelas pessoas foi, pra nós, a coisa mais importante do mundo durante algum tempo. Importa sim. Não demora muito, somos demitidos e trocamos de grupo de convivência. Aí fecha-se o círculo.

Ainda não me formei na faculdade, não troquei de colegas de trabalho, nem mesmo me despedi dos amigos do terceirão, mas é o que muitos dizem por aí.Apenas escrevi tudo isso pra que eu leia quando me 'despedir' de alguma turma. E que não me esqueça nunca daqueles que sempre andaram comigo.


Mundo das idéias

Esperei pelo futuro, por 10 anos, nesse muro. E não levei muito tempo pra ser sempre o melhor. Aprendi isso em Direito, Medicina, Engenharia... Ou numa fotografia estampada em outdoor. Foi quando eu acordei e pude ver o pôr-do-Sol: singular a todas as fotografias, bem mais simples do que qualquer teoria. Sob as estrelas daquela madrugada, cheguei à conclusão de que não sabia de nada.

Sobre o amor

Muitos procuram o significado da palavra amor. Ele já foi conceituado como sentimento, como substantivo, como loucura. Já dizia Nietzsche: 'Há sempre uma loucura no amor, mas em toda loucura existe um pouco de razão'. Talvez a razão do amor seja ser louco. Onde já se viu poder tão forte? Controle de mente? Coração? Ridículo. É vergonhoso saber o que esse tal de amor faz com as pessoas. É assustador, estranho, contagiante. É belo.

Aquele que se entrega ao amor vai em direção à cumplicidade, desejo, amizade. Ele faz chorar, sofrer, temer; mas faz sorrir, acalma... O amor é tão puro quanto... Não há nem com quê compará-lo. Melhor do que amar é ser correspondido. Não me refiro à paixão, aquela que destrói. Estou falando de amar e ser amado; de olhar para o outro e saber que pode confiar; ficar feliz ao ver um sorriso; respeitar. Não é desejar a eternidade, mas sim a intensidade. Não é o beijo, mas sim a boca. Não é o lugar, mas sim qum está contigo. Amar é sofrer, é brigar mas, acima de tudo, é confiar. É estremecer com alguma frase, paralizar para ver um olhar. Não posso dizer que valha a pena amar, mas para quem está nessa, aí vai o recado: com certeza não vale a pena desistir. Bons, ótimos, inesquecíveis momentos. Não torcer para que eles se repitam; lutemos para que venham outros melhores.

Somos o que somos

Somos o que somos, justamente por sermos parecidos com o que não somos, pois lutamos para sermos o oposto daquilo que nos parece, mas que realmente não nos é.

06.01.07

Conto de fadas?

Desista do príncipe encantado, daqueles que vêm no cavalo branco, com um porte real e espada nas mãos. Afinal, príncipe encantado é pra quem quer ter um final feliz. E acredito que você não vá querer que isso tenha um fim. Príncipes encantados procuram princesas, daquelas perfeitinhas que não façam nada de errado. Onde estará a graça nisso? Não significa que você tenha que procurar pelo sapo, mas com certeza muitos sapos irão até você. Então, o que fazer? Beijar todos os sapos até concluir que eles não viraram o homem perfeito? Ou perceber que em vez de tranformarem-se em príncipes, estão virando abóboras? Uma solução pode ser esperar sozinha no alto da torre - ou da sua vida. Esperar o não-príncipe-não-encantado, ou procurar por ele. Aí, quando vocês se encontrarem,você vai ver que ele tem milhares de defeitos, que você odeia aquele detalhe que ele não consegue mudar. Verá que, a cada dia, a presença dele vai afetando o seu modo de viver, mas que a ausência dele te faz ficar pior. Aí você percebe que os melhores contos de fadas são aqueles sem príncipes, sem princesas e sem finais felizes. Aí você aprende - e ensina - que o amor é aquele conto de fadas da vida real. Sem final triste, nem feliz: simplesmente sem fim.

30.12.06

Quebra-cabeça

Quando um olhar se vai e o 'sim' se torna 'não'. Quando céu lá em cima cai, as estrelas viram chão. É como um quebra-cabeça sem a última peça, um pouco mais de silêncio e nada mais interessa. A não ser o brilho de onde se pisa, que reflete os olhos de alguém. Um sorriso de Mona Lisa olhando não sei para quem. É igual bater a cabeça no meio de uma festa, não se lembrar do momento e nem do corte na testa. É como um quebra-cabeça sem a última peça. Um pouco mais de silêncio... E nada mais interessa.

27.01.08

Seu presente

Muitas vezes, as coisas infelizmente são o que parecem ser. Eu, você, eles, como todo bom guerreiro, duvidamos disso e mantemos a esperança imortal. Acreditamos que um dia tudo mude, ou que se torne um pouco melhor do que é. Então, passamos nossas vidas aguardando por essa mudança. E nos esquecemos de mudar também. É como se alguém se preocupasse tanto com a falta de água no futuro, e esquecesse de bebê-la agora. É como ficar preso aos erros do passado e não tentar acertar no presente. Aí está a palavra: Presente. É o que ganhamos de alguém - ou de nós mesmos. Nem sempre é bom, nem sempre nos serve, mas a partir de tal momento, torna-se nosso. Como diziam os clássicos, "aproveite o dia". Aproveite o seu dia. Se tentar se aproveitar do dia dos outros, perderá seu tempo. Ele é breve, e não vai te esperar até amanhã. Muito menos até ontem. Tente talvez encarar as coisas como elas são: tal como aparentam ser. Um bom presente a você.

23.01.2008