terça-feira, 7 de junho de 2011

Challenge accepted.

Embora eu realmente quisesse que fossem mais, não é grande a quantidade de razões para que eu ainda permaneça. Raro é encontrar pessoas por aí com quem eu me sinta livre para agir no sentido mais roupa-velha-de-ficar-em-casa de ser.

Há muitos seres adoráveis pelo caminho, mas que talvez não entenderiam um comentário sincero que eu faça, seja ele engraçado ou destruidor. Alguns acabam dizendo que gostam da forma com que são tratados. Interessante seria, no entanto, tentar descobrir quais deles aguentariam a forma com que eu mesma me trato.

Às vezes, o mundo parece ser apenas mais um fardo que, se eu não carregasse, tudo estaria mais... leve. Largar o mundo por aí, no entanto, pode chatear algumas figuras incríveis. E magoá-las seria uma grande covardia. Eles merecem ser desafiados todo dia, com música, diálogos, fotos ou abraços. Fugir desse desafio seria deprimente; como se eu dissesse a eles que eles não valem o sacrifício. Seria igualá-los ao patamar de todos os outros.

Às vezes eu sinto falta de mais coisas e pessoas que me motivem a não jogar tudo para o alto, como se isso fosse uma perfeita justificativa. Então, percebo o quão corajosos eles foram, ao me permitirem desafiá-los. Esses, apesar de serem poucos, fazem valer a insistência no (meu) mundinho de hoje.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Atirou e nem perguntou

Em sua patrulha, o policial Bonzinho recebeu um aviso de que a casa de dona Rita havia sido assaltada há menos de 5 minutos. Bonzinho, em seu carro não tão potente, correu para a casa de dona Rita, pegou informações a respeito do assaltante e seguiu em direção ao centro da cidade - era para lá que o ladrão fugira.

Bonzinho, então, encontrou um indivíduo com as mesmas características que dona Rita havia dito. Usava uma máscara preta e era loiro. Sabia disso porque tinha cabelos longos. Bonzinho estacionou ao lado do mascarado e, em vez de atirar, perguntou o que ele fazia com aquela tv de led de 42 polegadas.

- Por isso que está pesada! Pensei que fosse de só de 40. - Respondeu o mascarado.

Após uma longa prosa, Bonzinho foi "enrolado" pelo mascarado e não o prendeu, nem nada. Mais tarde, descobriu que ele realmente era o ladrão. Chateado, o policial voltou para a casa e contou o ocorrido à senhora Boazinha, que respondeu irritada:

- Mas você é um inútil mesmo, né? Nunca ouviu falar daquele atire primeiro, depois pergunte? Fracote de m*rda!

Bonzinho não entendeu muito bem o que ela quis dizer. Com dúvidas, sacou a arma de sua cintura e atirou oito vezes.

sábado, 9 de outubro de 2010

Trechos do passado

Em feriados prolongados, costumo voltar para meu antigo quarto e revirar os papéis que habitam os fundos das gavetas. Em uma dessas aventuras, encontrei uma caderneta repleta de anotações... Transcrevo aqui alguns trechos dos mais de 30 textinhos que foram rabiscados por lá...

2006
"Ela disse isso exatamente na hora errrada. Era muito, muito, muito tarde. Ele já havia escolhido a música, mesmo sabendo qual era a certa." "Anotações numa folha de papel rasgada, ao lado de tudo o que nunca foi nada." "O que vale a pena ser feito, vale a pena ser refeito. E eu não quero refazer nada, no momento." "Longas conversas quebrando o silêncio insuportável que aquele barulho fazia."

2007
"Enquanto ele canta outras histórias de amor, ela espera ser a musa de algum compositor."
"Será que todo fim exige um adeus?"

Eu tinha quatorze anos e achava que sabia de alguma coisa. Tsc, tsc, tsc...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Música feita pra você - quando o generalizar se torna objetivo

Para criar uma música, letristas inspiram-se em bancos de praça, em mesas de bar, em repreensões militares, em desilusões amorosas ou, quem sabe, em você. Exatamente! Sempre existe 'aquela' música, que parece falar por si só, que (por mais que os outros insistam em dizer o contrário) foi feita para você. Que contém seus maiores segredos, daqueles que você jamais contaria a alguém. Que em um belo dia foi gravada e está aí, para quem quiser ouvir. Infelizmente, processos não adiantariam em nada, visto que o compositor mal sabia de sua história. Eis que fica a dúvida: como alguém pôde escrever algo tão 'a ver' com o que se passa na vida de cada um?

Há quem diga que a vida possua trilha sonora. Talvez seja por isso que existem músicas animadas, outras mais calmas, profundas, outras sem-noção (grande Latino!) e por aí vai. Marcelo Gross uma vez escreveu sobre o charme, o groove, o papo e o perfume de uma garota que conheceu. Então, a banda gaúcha Cachorro Grande gravou a canção Sinceramente, e esta se tornou hino de inúmeros apaixonados pelo mundo afora. Letra bonita, não? No entanto, a grande maioria dos que dizem 'possuir essa música' sequer conhecem Marcelo Gross. E aí, para quem realmente foi feita a música?

Não queremos aqui, de modo algum, desmistificar a magia de se encontrar um texto musicalizado que tenha tudo a ver com você, caro leitor. No entanto, é preciso analisar as letras com cuidado. Um 'parabéns a você, nesta data querida' se encaixa muito bem quando queremos desejar felicidades ao aniversariante do dia. Que coincidência, não?

Por exemplo: caso alguém apontar para algum objeto desconhecido e perguntar o que é... responda rapidamente: "átomo". Generalizar pode ser a maneira mais simples de se acertar em cheio, tudo vai depender do apostador e do que se é apostado. É isso que acontece em algumas letras de música. É isso que acontece na maioria das previsões de signos. É isso que acontece na maioria das vezes. E alguém nota isso?

Finalizemos este post com algumas previsões astrais: você, de Libra, terá um dia com algumas preocupações com o signo vizinho, mas não se altere, pois existe alguém que vai gostar muito do seu sorriso hoje! E para você que (seja de que signo for) acredita que a sua música foi realmente escrita para você, tenha um ótimo final de semana! Esqueça tudo o que foi dito acima e aproveite! Afinal, ser fonte de inspiração é uma arte para poucos.

Texto também postado no blog Histórias&Rankings em 11.12.2008.

sábado, 11 de setembro de 2010

Aqueles que sempre querem mais

É inverno, não faz frio e ele não está só. "Por que reclama, afinal?". É Natal, a família se reuniu e ela ganhou presentes. "Esse bico aí só pode ser manha". É dia de prova, estudou e ele foi o melhor da sala. "Foi choramingar mais nota". É dia dos namorados, namora, ela ganhou flores e bombons. "Eu não pediria mais nada!". É dia de sorteio, resultado da Mega Sena, ele ficou bilionário. "Vai investir em mais ações?"

E quando o ideal não é o suficiente? Enquanto aqueles criticavam o reclamar das barrigas cheias , ele e ela continuaram atrás daquilo que realmente buscavam.

sábado, 7 de agosto de 2010

Apenas uma boa conversa

Muitas vezes, não precisamos de um celular bacana para convencer o chefe de que vamos nos atrasar. Não precisamos de roupas da modinha para chamar a atenção daquela pessoa na festa. Não precisamos de uma arma de fogo para conseguir aquele dinheiro. Não precisamos de uma boa noite de sono para descansarmos bem. Não precisamos de fotos cool no álbum do Orkut para ganhar amigos. Não precisamos de sexo selvagem a toda hora para garantir um relacionamento. Não precisamos de presente do dia das mães para provar que nós a amamos. Não precisamos de presente do dia dos pais para provar que nós o amamos. Não precisamos de bíceps e tríceps para ganharmos uma briga. Não precisamos de um detetive particular para saber se estamos ou não sendo enganados. Não precisamos recitar bons poemas para provar que somos sensíveis. Não precisamos mostrar títulos para provarmos que somos importantes. Não precisamos ficar parados e esperar que sempre os outros resolvam os nossos problemas. Muitas vezes, o que realmente precisamos é de apenas uma boa conversa.

Um post em homenagem àqueles que têm a coragem de se comunicar, mesmo quando é muito mais fácil ficar calado.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pacta sunt servanda

O brocado do título quer mais ou menos dizer que "os contratos devem ser cumpridos", em latim. Deixando de lado o fanatismo, pacta sunt servanda é uma frase até simpática, especialmente para quem não gosta de discursos em vão. Tomemos "contrato" como aquilo que foi combinado antes. Tomemos contrato como um "Eu prometo que vou mudar, baby". Tomemos contrato como um "Sete horas, em ponto, estarei aí". Tomemos contrato como um "Eu juro por [insira seu fiador aqui] que eu não bebi naquela noite". Tomemos contrato como um "Amanhã eu te pago os vintão". Tsc, tsc, tsc. Quanta ingenuidade desse povo latino. Naquela época não devem ter existido imprevistos, memória curta e nem calote. Pacta sunt servanda... Pfff... Mas eu ainda acredito na sinceridade dos tratados feitos com o dedinho da mão direita.